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ultramarinos, de acordo com a evolução dos diplomas

legislativos de 1896, 1919 e 1945. Na última reforma,

a reorganização dos serviços ultramarinos consignava a

possibilidade da fundação de centros de investigação nas

diferentes províncias, como elemento de modernização e

progresso no âmbito da medicina tropical, e uma ponte

para a sua autonomia sanitária.

A exposição comportava dois núcleos fundamentais. O pri-

meiro, relacionado com meio século de história das duas

instituições pioneiras da medicina tropical portuguesa,

o segundo, ilustrativo do dinamismo encetado nas várias

províncias ultramarinas em prol da saúde pública, cuja res-

ponsabilidade coube aos governos provinciais. O segundo

núcleo comportava quatro secções. A primeira reportava-

-se a Angola; a segunda, a Moçambique; a terceira à Gui-

né, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe; e a quarta, à Índia,

Macau e Timor. Existia ainda um terceiro núcleo dedicado

às companhias privadas que operavam em Angola, como a

Diamang. Os elementos iconográficos incluíam gráficos,

fotografias, maquetas, modelos de patologias e documen-

tos impressos, cuja observação era intercalada com painéis

de ‘motivos etnográficos’ [36]. A exposição revelar-se-ia

heterogénea pela quantidade de elementos expositivos

escolhidos pelas diferentes províncias e, também, pela di-

mensão expositiva desses mesmos elementos, dada a auto-

nomia de cada província para a organização e envio do ma-

terial a exibir na exposição. Pelo número de objectos expo-

sitivos, bem como do seu detalhe, destacou-se a secção de

Moçambique, particularmente no âmbito da investigação e

do ensino da medicina tropical e das estruturas hospitalares

de apoio à assistência médica. Parte do material exposto

integra hoje o Museu do IHMT.

Na secção de Moçambique, o conjunto de maquetas apre-

sentado, complementado com diversas fotografias, permitia

formular noções referentes quer do parque hospitalar então

existente (que, por sua vez, permitia compreender a sua or-

ganização), quer de algumas das opções sanitárias tomadas

(figura 7). Assim, entre outras, as maquetas revelavam a es-

trutura mais antiga ainda em funcionamento, que era o Hos-

pital de Moçambique, na Ilha de Moçambique, projectado

na década de 1870; a principal estrutura hospitalar da pro-

víncia, que era o Hospital Central Miguel Bombarda (actual

Hospital Central de Maputo), que vinha sendo actualizado

desde 1936; bem como outras estruturas de dimensão inter-

média, como o Hospital do Bilene Macia (actual Centro de

Saúde do Bilene Macia) e a Formação Sanitária do Maputo,

na Vila da Bela Vista (actual Centro de Saúde da Bela Vista),

ambos projectados na década de 1930, maternidades rurais

(a maternidade projectada pelo Gabinete de Urbanização

Colonial, GUC, em 1946), e, ainda, estruturas associadas ao

Fig. 7 -

Exposição Documental das Actividades Sanitárias do Ultramar, Sala da secção de Moçambique (Álbum fotográfico da exposição, Museu IHMT).

V Mostra Museológica do IHMT