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conceptual, suportado na revisão bibliográfica, no Estudo de Caso e reflexão, com

as dimensões que condicionam o desenvolvimento de serviços e sistemas de Saúde

Ocupacional.

Apresentamos os resultados da Dissertação com um formato próximo da narrativa.

Como uma história preenchida por ambientes, pessoas e organizações, para uma

leitura mais fácil e para que melhor se perceba a ligação da Saúde Ocupacional ao

percurso das sociedades. Mas também para que no pensamento, reflexões e

documentos que venham ser produzidos por quem aceda a este trabalho, a história

da Saúde Ocupacional passe a estar ligada aos contributos de alguns

protagonistas-chave, e a Almada.

Com este trabalho, foi possível conhecer e compreender melhor a contingência da

Saúde Ocupacional, configurada como sistema de saúde nacional ou área de

referência em alguns países, e quase desconhecida noutros, pese embora a maior

visibilidade da relação saúde e trabalho, fruto das angústias contemporâneas do

“planeta financeiro”, atento à sustentabilidade dos sistemas de protecção social,

impacto das desigualdades sociais e de saúde nas capacidades produtivas e

despesa dos Estados, ….

A evidência de ganhos de saúde e efectividade das medidas e cuidados de saúde

ocupacional são escassos, mas a solidez dos racionais, o reconhecimento de que

os ambientes de trabalho são um Determinante Social de Saúde susceptível de

provocar e/ou agravar as desigualdades em saúde, e alguns exemplos de boas-

práticas conhecidos, fundamentam a atenção das agências internacionais e as

recomendações para que a área se desenvolva.

Em Portugal, apesar das dificuldades em reconhecer institucionalmente o mérito e

os resultados, mesmo que validados por entidades de peritos independentes,

destaca-se o Serviço de Saúde Ocupacional da Câmara Municipal de Almada. É um

Caso que ilustra as dimensões que é necessário fazer coincidir para que a Saúde

Ocupacional se possa desenvolver; a necessidade e vantagem de acção sistémica;

a relevância das lideranças e da visão e da capacidade técnicas; e de como se

podem concretizar os princípios gerais que vêm escritos nos livros, mesmo que nem

sempre em consonância com as formulações legais, sobretudo se desadequadas

dos ambientes e das necessidades de saúde.

Ao longo do texto, acentuamos as dificuldades quase generalizadas em inspirar e

mobilizar acção inovadora neste domínio; em conjugar os saberes e competências

que a área requer; e a necessidade de valorizar o que é invulgar e raro (Cisne

Negro). Na discussão e conclusões, sublinhamos o potencial do Caso de Almada

como exemplo de um sistema integrado de protecção e promoção da saúde no

trabalho, e a vantagem de o utilizar como recurso para organizar soluções que

permitam pensar, desenhar e realizar sistemas sociais e de saúde que contribuam

para que em Portugal, na Europa e “por todo o lado”, indivíduos e comunidades

vivam e se sintam bem.