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e práticas dos seus encarregados de educação, na Ilha do Fogo, Cabo Verde. A
amostra abrangeu 200 crianças em idade escolar, sendo 41,7% do sexo masculino
e 58,3% do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 6 e os 16 anos. Foi
observada uma amostra de fezes por cada indivíduo, tendo sido utilizadas as
técnicas de laboratório de observação directa e a técnica de concentração de
Ritchie, ambas com coloração de lugol. Às crianças do estudo foram também
avaliadas as variáveis antropométricas, idade, estatura e peso. Aos encarregados
de educação das crianças foi aplicado um questionário para identificação dos
conhecimentos, atitudes e práticas relativamente à infecção por parasitas intestinais.
Foram observados parasitas intestinais em 51,8% das crianças. Das sete espécies
de parasitas intestinais encontradas as mais frequentes foram a
Entamoeba coli
e
Entamoeba histolytica/dispar, seguindo-se a Giardia intestinalis
e
Enterobius
vermicularis
e,
por fim
Iodomoeba buetschlii, Hymenolepis nana e Ascaris
lumbricóides.
A associação parasitária mais frequentemente encontrada verificou-se
entre as espécies
Entamoeba coli e Entamoeba histolytica/dispar.
Cinquenta por cento das crianças apresentavam um estado de malnutrição aguda,
14,87% um estado de malnutrição crónica e 28,40% um estado de malnutrição
global.
Os conhecimentos, atitudes e práticas de prevenção de infecções parasitárias
intestinais por parte dos encarregados de educação, revelaram algumas
deficiências.
A procura de diferenças/associações entre a variável E
star parasitado
e outras
variáveis em estudo, permitiu concluir que as crianças parasitadas viviam em
habitações com menor número de quartos, não tinham o hábito de lavar
sempre
as
mãos depois de defecar, não bebiam água desinfectada na escola, e não tinham
casa de banho na habitação.
Consideramos três actores locais como indispensáveis na implementação das
medidas de controlo das parasitoses intestinais na Ilha do Fogo: as delegacias de
saúde, as delegações de educação e as autarquias dos três concelhos (S.Filipe,
Santa Catarina e Mosteiros). Como grupos alvo e beneficiários directos da
intervenção propomos a comunidade escolar (alunos, encarregados de educação,
gestores, professores e cozinheiras) e os profissionais de saúde (médicos,
enfermeiros, agentes sanitários e técnicos de laboratório). Como intervenções
gerais definimos a formação, a educação para a saúde, a desparasitação regular, os
rastreios, o diagnóstico e tratamento precoce, a melhoria do saneamento e da
higiene.