essencial a difusão da ecografia por ser um exame imagiológico de baixo custo,
rápido e de grande fiabilidade, se realizada por um técnico formado. O advento da
ecografia portátil diminuiu os custos, aumentando a flexibilidade da ecografia. Assim
como o estetoscópio revolucionou a semiologia, é de prever que os ecógrafos de
bolso se introduzam como complemento ao exame físico, permitindo a validação do
diagnóstico semiológico.
Durante um período de 4 meses utilizou-se um ecógrafo de bolso na prática clínica
de uma missão humanitária em zona remota no distrito de Angolares em São Tomé
e Príncipe. O clínico, através de um formulário de relato de caso (FRC), registou o
diagnóstico
,
confiança no diagnostico
(escala de Likert) e
gestão terapêutica
,
baseado na semiologia, sendo esta informação reavaliada após a ecografia de
bolso.
Foram realizados 84 exames em 76 pacientes (12,8% dos pacientes observados).
Os FRC foram revistos por pares, determinando a
contribuição com informação
relevante
em 79,8% dos casos, alteração do
diagnóstico
em 52,4% e
gestão
terapêutica
em 59,5%. Foi descrito um aumento na confiança do clínico no
diagnóstico (p<0,01) e diminuição nos custos globais da gestão terapêutica
(p<0,05).
Do primeiro período de dois meses para o segundo verificou-se um aumento do
risco relativo da ecografia não contribuir com informação relevante [4,31; 95% CI
1,5-12; χ2=9,87, p<0,01] e em simultâneo um decréscimo de exames por paciente
observado.
Neste contexto, a ecografia de bolso aumentou a qualidade do diagnostico clínico e
diminuiu os custos com a gestão terapêutica, reduzindo o tempo até ao diagnostico
definitivo e os riscos inerentes a terapêuticas desnecessárias. Esta tecnologia, como
complemento do exame físico, embora dependente do observador, aparenta ser
benéfica para os pacientes em zonas remotas. O aumento da exactidão de
diagnostico semiológico durante o estudo sugere a necessidade de investigação
sobre a aprendizagem informal e ecografia de bolso.
CARVALHO; Eliane Arez de (2011) Estrutura Genética de Populações
de Glossina
palpalis gambiensis
(Diptera: Glossinidae) na República
da Guiné-Bissau, Dissertação de Mestrado em Parasitologia Médica,
IHMT, Lisboa.
Resumo:
Glossina palpalis gambiensis
é o principal vector de Tripanossomose
Humana Africana (THA) na África Ocidental e a mosca tsé-tsé mais comum na
Guiné-Bissau. Apesar da sua ampla distribuição, nenhum caso de THA tem sido
reportado no país desde finais dos anos 70 do século XX. Populações naturais do
Grupo
palpalis
demonstraram diferentes níveis de variação intraespecífica que
podem influenciar a sua capacidade vectorial. Portanto, o conhecimento exacto