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acerca da identidade das espécies e estrutura populacional é essencial para prever

o possível restabelecimento e propagação da transmissão de THA na Guiné-Bissau.

A variação genética foi analisada em amostras de

Glossina palpalis gambiensis

de

cinco regiões da Guiné-Bissau, com recurso a microssatélites. Três das regiões

pertencem à parte continental e duas representam a parte insular do país. No total,

261 moscas tsé-tsé do sexo feminino foram genotipadas para 11

loci

microssatélites.

Baixos níveis de diferenciação genética foram observados entre as populações de

G. p. gambiensis

da Guiné-Bissau (

FST

= 0,006,

P

= 0,002). Este resultado está de

acordo com a análise de agrupamentos, que revelou a presença de um único

cluster

agrupando todas as amostras, independentemente da origem geográfica. De um

modo geral, estes resultados sugerem uma baixa subestruturação populacional em

G. p. gambiensis

nesta região. Análises de equilíbrio mutação-deriva sugerem ainda

a ocorrência de expansão populacional recente.

As evidências genéticas sugerem consideráveis níveis de fluxo genético entre as

populações continentais e entre as populações insulares e continentais da Guiné-

Bissau. No caso do restabelecimento de focos de transmissão de THA, a

possibilidade de disseminação do protozoário

Trypanosoma

, através da dispersão

activa das moscas tsé-tsé, deve ser tida em conta no planeamento de estratégias de

controlo vectorial na Guiné-Bissau.

CARVALHO, Patrícia (2011) Prevalência de parasitoses intestinais nas

crianças e conhecimentos, atitudes e práticas dos encarregados de

educação – estratégias de intervenção (Ilha do fogo, Cabo Verde),

Dissertação de Mestrado em Saúde Tropical, IHMT, Lisboa.

Resumo:

As doenças tropicais negligenciadas persistem exclusivamente em

populações de baixa renda e marginalizadas, sendo esquecidos os progressos

necessários para a sua prevenção, eliminação e erradicação. A lista destas doenças

é extensa, na qual está incluída a doença parasitária intestinal com origem em

agentes infecciosos como os protozários e os helmintas. De distribuição mundial,

estas infecções ocorrem frequentemente em regiões quentes, húmidas e

desprovidas de saneamento básico, afectando particularmente crianças e adultos

jovens, devido à sua susceptibilidade e exposição. As infecções causadas por

parasitas intestinais são muitas vezes assintomáticas ou com predomínio de

sintomas inespecíficos, e dependendo da carga parasitária e do estado nutricional

das crianças podem contribuir para o atraso de crescimento, défice ponderal e

dificuldade de aprendizagem.

Neste contexto, foi realizado um estudo para determinar a prevelência de

parasitoses intestinais nas crianças em idade escolar e os conhecimentos, atitudes