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Introdução
A saúde global pode ser
definida como: “colla-
borative transnational
research and action for
promoting health for
all” (Koplan JP
et al
.
2009). Transdisciplina-
ridade ou seja necessidade de combinar, nomeadamente as
áreas da medicina, das ciências sociais, da antropologia e do
direito e como tal os temas abordados em saúde global são
diversos e vão desde os determinantes sociais da saúde aos
recursos humanos da saúde até às doenças negligenciadas. A
NOVA, através as suas Escolas da área da Saúde, tem com-
petências únicas a nível nacional para desenvolver progra-
mas de excelência com parceiros europeus neste domínio
do saber. No contexto atual do ensino superior e com vista
a apoiar a comunicação de 2013, “Abrir a Educação” é fun-
damental desenvolver atividades inovadoras, como as Redes
Colaborativas de Conhecimento. Para as áreas da saúde, esta
ideia é reforçada num relatório publicado em final de 2010
na revista The Lancet (Frenk, J
et al
, 2010). Os 20 autores,
profissionais e académicos de reconhecido mérito interna-
cional (dos quais se destacam o diretor da Harvard School
of Public Health), apresentam uma visão e uma estratégia
comum sobre o que deve ser o ensino superior nas áreas da
medicina, enfermagem e saúde pública no sec. XXI. Uma das
ideias defendidas é a de que o ensino nestas três áreas só tem
efeitos positivos nos resultados da saúde se forem implemen-
tadas determinadas estratégias a nível educacional e institu-
cional. Das reformas recomendadas ao nível educacional, é
de salientar a relacionada com a exploração das potencialida-
des das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no
ensino, nomeadamente através do
e-learning
, de ambientes
colaborativos e da gestão do conhecimento. O relatório des-
taca, igualmente, a necessidade de haver uma maior dispo-
nibilização de recursos didáticos e científicos abertos (por
exemplo, sebentas pedagógicas e artigos científicos).A nível
institucional é reforçada a ideia das colaborações entre ins-
tituições de ensino superior através de redes ou parcerias,
salientando o facto de as mesmas poderem ser concretizadas
a baixo custo através da utilização das TIC. As redes colabo-
rativas de conhecimento constituem, atualmente, uma das
formas mais promissoras para disseminar e facilitar a aplica-
ção do conhecimento. O objetivo geral deste projeto é o de
criar e implementar a primeira Rede de Conhecimento em
Saúde Global em língua portuguesa/espanhola tirando par-
tido da denominada inteligência coletiva (conceito desenvol-
vido por Bonabeau, E., 2009 e por Scott E. Page 2007), o
que permitirá a disseminação do conhecimento científico e
pedagógico em áreas de excelência da Universidade Nova de
Lisboa, dos seus dois parceiros europeus (ISGlobal e IRSIC)
e do membro associado, o Instituto FioCruz. O projeto pro-
posto responde a alguns dos desafios lançados pelo Relatório
da Revista Lancet (Frenk, J
et al
, 2010), apoia a comunicação
de 2013 “Abrir a Educação” e simultaneamente dá resposta
às necessidades atuais, de partilha de informação e de aces-
so ao conhecimento pedagógico e científico em áreas-chave
da Saúde Global no espaço lusófono. Mais especificamente
pretende-se: promover o desenvolvimento de novos modos
de ministração do ensino (ensino à distância, ensino modu-
lar), através da utilização estratégica de recursos educativos
abertos (REA), da mobilidade virtual e de plataformas de
aprendizagem colaborativas; conceber estratégias inovadoras
destinadas a reforçar a mobilidade ou possíveis formas de
eliminação dos obstáculos à mobilidade no ensino superior,
proporcionando aos estudantes mais oportunidades de ad-
quirir competências adicionais através de estudos ou de for-
mação no estrangeiro; apoiar a criação de uma associação de
estudantes em saúde global; promover a internacionalização
do sistema de ensino superior da Europa, dentro e fora deste
continente; reforçar os laços entre o ensino e a investigação
em saúde global a fim de promover a redes de excelência
no espaço lusófono e latino; reforçar a colaboração entre os
parceiros com vista a estabelecer intercâmbios de práticas.
Os alvos e participantes serão essencialmente os estudantes,
estagiários, formandos adultos, jovens com menos oportuni-
dades, docentes e investigadores e decisores.
Aspetos inovadores
e resultados esperados
A saúde global é uma área de estudo, de investigação e de
práticas que tem como prioridade a consecução da equida-
de em saúde da população mundial e inclui para além das
prioridades dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentado,
outras ligadas a aspetos fundamentais da saúde tais como as
doenças crónicas não comunicáveis (doenças cardiovascula-
res, diabetes, etc.) que representam cargas elevadas de doen-
ça em todo o mundo; os determinantes sociais da saúde; as
mudanças climáticas e a má distribuição dos recursos huma-
nos em saúde. Estes aspetos são hoje em dia particularmente
relevantes por diversas razões: porque vivemos num mundo
de conectividade global (media), com mobilidade elevada
(cidadão global), com epidemias (HIV, ébola) e pandemias
(gripes). Neste contexto é fundamental ter uma abordagem
não só baseada na doença mas também nos aspetos sociais,
económicos e culturais.Assim sendo, a área da saúde global,
é distinta da saúde pública, da saúde internacional e da me-
dicina tropical tendo objetivos mais abrangentes na conse-
cução da equidade em saúde. Esta relevância levou à criação
de um consórcio de 130 Universidades nos EUA, o CUGH
(Consortium of Universities for Global Health) cuja missão
é criar colaborações interdisciplinares entre as universidades
para facilitar a partilha e a implementação do conhecimento
necessário para enfrentar os grandes desafios da saúde global
Big Data
e ciência aberta