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Editorial

também se mantém alinhado a essa visão estratégica do

IHMT, assumindo a coerência do seu percurso de trinta

e cinco anos, entre 1980 e 2015, que corresponde à inte-

gração do IHMT na Universidade Nova de Lisboa.

Convidamos-vos então à leitura de uma pequena mostra

das contribuições do 3º CNMT nos artigos aqui apresen-

tados, em que pretendemos contribuir para o reforço do

estudo de um tema científico de implicações mundiais,

uma vez que as doenças transmitidas por vetores são a

dimensão mais visível dessa ameaça e, no IHMT, esteve

sempre presente como uma linha de atividade desde a sua

origem. Para ter uma "visão global" da importância do

evento remetemos para o excelente trabalho do grupo

de redatores liderados pela Dra. Maria Luísa Lobo e pela

presidente da comissão científica do evento, professora

Lenea Campino.

Esta 1ª parte finaliza com uma área dedicada à Comuni-

cação, que se inaugura nesta edição, contemplando textos

produzidos pelos três vencedores do Prémio de Jornalis-

mo em Saúde Global e Medicina Tropical, instituído para

incentivar a produção jornalística nestas áreas, muitas

vezes secundarizadas, mas de intervenção e investigação

prioritária pelo IHMT. Para o Instituto é, portanto, fun-

damental continuar a sensibilizar os jornalistas para a im-

portância de não ignorarem, na sua ação, os problemas de

saúde que atingem as populações mais vulneráveis, pre-

servando o compromisso de uma atuação orientada pelos

valores da humanidade e justiça.

Como ferramenta catalisadora de inovações, os Anais

também estão em constante "reinvenção" do seu formato

e conteúdos para que sejam mais conjunturais e apelati-

vos. Neste sentido, a 2ª parte é dedicada a uma seleção de

artigos a convite e/ou a cargo dos editores, consideran-

do a relevância institucional, contextual, internacional e

patrimonial. Inclui, ainda, uma nova sessão de Mérito e

Distinção de caráter cerimonial, particularmente dirigida

aos que honram a tradição das nossas linhas de pesquisa,

formação e cooperação nos trópicos.

Sem pretender qualificar o conjunto de textos apresenta-

dos, particularmente aqueles que participamos em coau-

toria, nem sermos exaustivos nas indicações retirando

dos leitores a capacidade de se surpreender, não podemos

deixar de ressaltar a contribuição do Philip Havik para a

compreensão da trajetória científica institucional na sua

relação com os diversos atores, tendo como ponto de par-

tida o 1º Congresso Nacional de Medicina Tropical em

1952. Outros destaques de grande importância envolvem

os capítulos sobre o património histórico luso-brasileiro

(médico, científico e cultural), uma parceria já consoli-

dada com a Casa de Oswaldo Cruz, bem como as no-

tas de investigação sobre a biblioteca virtual da malária,

enquanto plataforma de conhecimento, disponibilizando

quase 900 artigos referentes ao período de 1975-2010,

um trabalho realizado com apoio da CPLP.

Finalmente, não podemos deixar de recomendar a leitura

do discurso feito pelo Professor Luís Sambo, por ocasião

da outorga do título de doutor Honoris Causa ao pro-

fessor Peter Aaby, enquanto trajetória exemplar de cien-

tista dedicado à saúde comunitária. Sua biografia dialoga

perfeitamente com o teor do último capítulo (palestra

proferida pelo Professor João Schwalbach na abertura de

nosso Ano Letivo), que rende homenagem "à heroicida-

de, à audácia e à estoicidade dos investigadores dos países

dos Trópicos". Na sua busca de agendas globais para as

diversas sociedades mais uma vez fica patente a neces-

sidade de envolver docentes, investigadores, estudantes

e colaboradores como também a sociedade civil neste

processo da translação de conhecimento privilegiando "a

qualidade, a equidade, a solidariedade a inovação e uma

solida postura ética". Um artigo muito oportuno, nomea-

damente no ano em que o Prémio Nobel da Fisiologia e

Medicina foi atribuído aos autores de duas descobertas na

área da parasitologia:William Campbell, da Universidade

de Drew (EUA) e Satoshi Õmura, da Universidade de Ki-

tasato (Japão), pela descoberta de uma nova terapêutica

contra os parasitas que causam elefantíase e oncocercose

e YouYou Tu da Academia Chinesa de Medicina Tradicio-

nal (China), pelos seus estudos sobre medicamentos deri-

vados de plantas para o combate aos parasitas que causam

a malária, nos quais a investigadora isolou a artemisina

que permitiu desenvolver uma terapêutica anti-malárica.

Bibliografia

Callon, M (1994). Is science a Public Good? Fifth Mullins Lecture. Science,

Technolofy & Human Values, 19(4):395-424.

Larsen PO, Von Ins M (2010).The rate of growth in scientific publication

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Toffler A (1970). Future Schock. Random House.