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A Região do Algarve é considerada um foco endémico de leishmaniose(s), humana e

canina, desde a década de 1980. O principal objectivo deste estudo foi actualizar a

distribuição, a abundância relativa, a densidade e outros aspectos vectoriais das espécies

flebotomínicas na Região Algarvia para uma possível aplicação na vigilância

epidemiológica.

De Maio a Novembro de 2007, foram capturados 1595 flebótomos, de ambos os sexos,

através de armadilhas luminosas tipo CDC, em 175 biótopos. Foram identificadas quatro

espécies flebotomínicas:

Phlebotomus perniciosus

,

P. ariasi

,

P. sergenti

e

Sergentomyia

minuta

. Após identificação realizaram-se PCRs com alvo no (i) kDNA e na região ITS-1

para detecção da presença de DNA de

Leishmania

nos flebótomos e (ii) gene do

citocromo B mitocondrial para análise das refeições hemáticas.

A presença de uma fêmea de

P. perniciosus

infectada com

L. infantum

(taxa de infecção

total de 0,12%) demonstrou que o Algarve continua a ser um foco de leishmaniose.

A presença de

P. sergenti

e

P. papatasi

(esta última, encontrada em estudos anteriores)

poderão constituir indicadores de risco de introdução/disseminação de

L. tropica

e

L.

major

devido à mobilidade de turistas e imigrantes (e outros) de áreas endémicas para

esta região.

A realização, pela primeira vez em Portugal, de uma técnica de biologia molecular para

estudo das preferências hemáticas, demonstrou ser uma ferramenta útil, que no futuro

poderá eventualmente contribuir para verificar se os vectores apresentam capacidade de

adaptação a novos hospedeiros vertebrados.

METZ, Dominik (2011) Beriberi epidemic within rural Muslin fishing

communities in Guiné-Bissau, Dissertação de Mestrado em Medicina

Tropical, IHMT, Lisboa.

Resumo:

Beriberi, ou cardiopatia e polineuropatia ligada à deficiência de tiamina,

foi, antigamente, um flagelo nas populações. Os mais notáveis surtos de beriberi

ocorreram após o advento da moagem de massa de arroz, em várias zonas da Ásia,

no final do século XIX. Com a descoberta de vitamina B1, "anti-beriberi", e,

subsequentemente, o enriquecimento de alimentos e as campanhas de

sensibilização de saúde pública, a doença foi esquecida por muitos profissionais de

saúde. Contudo, sabe-se que, hoje em dia, em diferentes partes do mundo, muitos

casos de beriberi são os focos primários de epidemias de outras deficiências

potencialmentes fatais, em comunidades vulneráveis. Determinados alimentos,

assim como o álcool, são conhecidos para reduzir a absorção de vitamina B1. A

Encefalopatia de Wernicke, a deficiência de tiamina mais conhecida pelos médicos

que trabalham em países desenvolvidos, está associada à ingestão de álcool.

Estudos recentes demonstraram, por um lado, atrasos significativos do

desenvolvimento neurolinguístico em crianças alimentadas com leite sem tiamina,

assim como uma possível correlação entre malária grave e deficiencia em Vitamina

B1, o que reforça a importância desta vitamina na saúde das populações.