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Material População e Métodos: Foi estudada uma amostra de 309 doentes

seleccionados a partir de suspeita de leptospirose no momento da admissão na

urgência do Hospital do Espírito Santo em Ponta Delgada, no período decorrente

entre 2004 e 2008. Destes 82 tiveram confirmação de Leptospirose, 102 diagnóstico

negativo e 98 diagnóstico não conclusivo. Seguiu-se uma abordagem Custo da

Doença (CdD) “

Cost of Illness”

retrospectivo baseado na metodologia de estudos

buttom-up

através de métodos directos de custo por doente. Foram considerados os

custos imputáveis à consulta de urgência, o internamento nos diferentes serviços,

as análises clínicas, o teste de diagnóstico da Leptospirose e a consulta de

seguimento.

Resultados Obtidos: os custos hospitalares apurados para a Leptospirose na Ilha de

São Miguel foram de 331.332,75€. O contributo mais significativo emerge dos 82

doentes com Leptospirose confirmada, que tiveram um custo global de 299.721,95€,

correspondendo a um valor médio estimado por doente de 3 655,15€. A maior

contribuição para este valor está relacionada com os custos de internamento (84%),

seguido pelos custos das análises clínicas (12,2%), da consulta de urgência (2,70%)

e por fim do seguimento (1,03%). Na globalidade, os custos relacionados com o

rastreio nos restantes 201 doentes com diagnóstico final negativo ou não conclusivo

foram de 31 610,80 euros, que representaram cerca de 10% do valor total apurado.

Discussão e Conclusões: Os custos hospitalares globais associados ao rastreio e

tratamento da Leptospirose na Ilha de São Miguel, no período entre 2004 e 2008

foram superiores a 300 mil euros, para um total de 309 doentes. O facto do presente

estudo não ter contemplado os custos indirectos e inatingíveis limita

consideravelmente o impacte da avaliação dos custos. Considerando que os custos

do internamento foram a maior componente deste valor, a prevenção e o despiste

precoce parecem ser a via para a redução do impacte económico e em termos de

Saúde Pública.

MENDONÇA, Joana Teixeira da Silva (2011) Risco de introdução de

novas espécies de Leishmania na Região do Algarve, Dissertação de

Mestrado em Ciências Biomédicas, IHMT. Lisboa.

Resumo:

As leishmanioses são doenças parasitárias causadas por protozoários do

género

Leishmania

, transmitidas pela picada de flebótomos fêmeas e que causam uma

elevada morbilidade e mortalidade em África, América Latina, Ásia, e na Região

Mediterrânica. A vigilância da prevalência das leishmanias e dos respectivos vectores,

nas regiões endémicas e envolventes, são cruciais para prever o risco de introdução e

disseminação de novas espécies de

Leishmania

que poderão dar origem a novos focos

de doença(s). A monitorização da infecção por

Leishmania

nos flebótomos é importante

para a compreensão da eco-epidemiologia e avaliação de programas de controlo. Por

outro lado, a transmissão de

Leishmania

pode envolver um elevado número de

hospedeiros vertebrados que podem ser identificados através da análise das refeições

hemáticas dos vectores.