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A n a i s d o I HM T
Stories from the past and everyday experiences
of malaria: Portugal, 1930-1960
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Histórias do passado e experiências quotidianas da malária: Portugal 1930-1960*
*
This paper is a shorter version of some parts of the book
A Malária em Portugal:
Histórias e Memórias
(Lisbon: Imprensa de Ciências Sociais, 2014). Parts of this paper
have also been published in the article “Malária, mosquitos e ruralidade no Portugal
do século XX”,
Etnográfica
, 2013, 17, 1: 51-76 (DOI: 10.4000/etnografica.2545).
Mónica Saavedra
CRIA - Centro em Rede de Investigação emAntropologia, ISCTE-IUL
Resumo
Este artigo é uma breve história sobre a malária em Portugal entre 1930
e 1960. Centra-se nas memórias e narrativas das experiências individuais
de “ter malária”, de antigos trabalhadores rurais. Pretende tomar estas
memórias como o ponto de partida metodológico, que revela a malária
como uma doença complexa, de amplas conexões sociais, ecológicas, eco-
nómicas e políticas, que alberga diversos significados e definições. Neste
artigo procura-se também recuperar a dimensão física da doença, confor-
me rememorada pelos antigos trabalhadores rurais; propõe, assim, uma
abordagem histórica e antropológica à malária, que procura dar conta da
sua complexidade.
Palavras Chave:
Malária, memória, história, antropologia, Portugal.
Abstract
This article is a brief history of malaria in Portugal, from 1930 up
to 1960. It centres on the memories and discourses of former rural
workers about their personal experiences of “having malaria”. It takes
these memories as the methodological standpoint to analyse the com-
plexity of malaria, a disease with broad social, ecological, economic
and political dimensions. The article also highlights the multiplicity
of meanings and definitions it comprises and retrieves the physical
dimension of the disease, as remembered by former rural workers. It
thus proposes an historical and anthropological approach to malaria
that endeavours to grasp its complexity.
KeyWords:
M
alaria, memory, history, anthropology, Portugal.
Artigo Original
An Inst Hig MedTrop 2017; 16: 51-59