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A n a i s d o I HM T
periódicos considerados pelo ISI em toda a América Latina.
Essa é uma muito breve história remota de um Instituto (e
de seu Castelo) que, especificamente destinado à fabricação
de soro e vacina contra a peste e à campanha contra essa en-
demia em sua concepção inicial, formou um pequeno grupo
que rapidamente absorveu e ampliou o conhecimento cientí-
fico e tecnológico necessário ao sucesso da criação e consoli-
dação do Instituto. De posse desse
know-how
, uma estrutura e
organização simplórias e sem visão de futuro limitar-se-iam
a uma produtividade rotineira, de utilidade social, mas limi-
tada à sua finalidade imediata e provavelmente nenhum im-
pacto na definição e desenvolvimento do cenário científico
do País nas áreas da biologia e saúde. Quis o concurso casual
das circunstâncias, porém, que à frente do empreendimen-
to estivesse alguém preparado para entender que esse bem
sucedido primórdio de desenvolvimento tecnológico podia
ser ampliado para abranger e estimular o desenvolvimento
da ciência nacional nos domínios das patologias infecciosas.
Com um desenvolvimento científico nivelado aos mais altos
padrões da época, associado à transmissão do conhecimento
através do Curso deAplicação e à produção de vários agentes
profiláticos, terapêuticos e diagnósticos, o Instituto Oswaldo
Cruz havia assumido, já na primeira década do século passa-
do, as tarefas que hoje caracterizam a moderna Universida-
de: ensino, pesquisa e extensão.
Conduzindo estudos científicos com trabalhos de campo em
praticamente todos os estados Brasileiros e notadamente
aqueles da Amazônia, das regiões Nordeste, Centro-oeste e
Sudeste e do Planalto Central Brasileiros, a Fiocruz, a mais
importante Instituição de pesquisa, ensino e desenvolvi-
mento do Ministério da Saúde, e a sua mais antiga e semi-
nal Unidade, o Instituto Oswaldo Cruz, se colocam como
um importante fator de integração nacional. A esse título o
Instituto é conhecido e se beneficia do carinho e orgulho da
população e da parceria e respeito do governo Brasileiro. Es-
tamos certos de que assim será pelos próximos 115 anos.
Agradecimentos
Os autores agradecem à Raquel Aguiar, Jornalista Chefe
do Setor de Assessoria de Comunicação Social do Institu-
to Oswaldo Cruz, por compilar textos dos conteúdos da
seção ‘História’ do site oficial do Instituto Oswaldo Cruz
(disponível em
www.ioc.fiocruz.br) e elaborar documen-
to base usado para a redação de grande parte do trecho
referente à história do IOC neste artigo. Os autores são
também gratos aos colegas do IOC, Fiocruz: doutora Eli-
sa Cupolillo, Vice-Diretora de Ensino, Informação e Co-
municação e Anunciata Sawada pela revisão e sugestões no
texto, Heloísa de Paiva Barros e Genilton José Vieira, do
Laboratório de Imagens, pela reedição das imagens; assim
como ao Francisco dos Santos Lourenço, historiador da
Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz, por fornecer imagens e
informações complementares. Os doutores CTDR e WS
são Bolsistas de Produtividade do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq) do Go-
verno Brasileiro e Cientistas do Nosso Estado da Fundação
Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (Faperj).
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Ao ser instado a opinar sobre os críticos portugueses que se opunham à
sua nomeação para o Prémio Nobel de literatura em 1998 sob o argumento
de que não respeitava as regras da ortografia portuguesa, José Sarama-
go (Golegã, Azinhaga 1922 – Tias, Lanzarote, 2010) teria se abstido de
comentar dizendo apenas: - “Esta é mais uma contribuição portuguesa à
história da estupidez humana”.