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Reservatório de Água
A água, que todas as religiões celebram nos
seus ritos iniciáticos, é um bem essencial a
todo o ser vivo, sem a qual não pode haver
vida tal como a concebemos. O tratado
hipócrático “Dos Ares, Águas e Lugares”
(séc. Va.C.) já fornece indicações e
conselhos sobre a estreita relação entre o
meio ambiente e a saúde. A teoria dos 4
elementos
–
Fogo, Ar, Terra e Água, com as 4 qualidades
–
Calor, Frio, Seco e Húmido e os 4 temperamentos
correspondentes - Colérico, Sanguíneo, Bilioso e Fleumático -
guiou a medicina durante séculos.
O desenvolvimento da Humanidade esteve sempre, e em primeiro lugar,
ligado aos recursos hidricos, seja para o consumo directo, seja para a
agricultura e para a industria. Porém, a sedentarização e sobretudo a
industria contribuiram, em contra-face, para o exponencial aumento da
poluição, com os inerentes riscos na utilização da água e para a saúde.
O tratamento e a purificação da água tornaram-se assim uma necessidade
permente, o que foi feito com o calor, pela fervura ou a introdução de ferro
em brasa nos reservatórios de água; pela filtração através da areia ou do
carvão; pela adição de químicos, como o
sulfato, o fluor e o cloro. No final do
século XIX assistiu-se a um incremento
significativo do tratamento da água para
consumo doméstico e muitas instituições
e casas particulares tinham o seu próprio
sistema de tratamento e armazenamento
de água, para depois a utilizarem como
bebida.
Este reservatório de água, em grês
vidrado, castanho, foi fabricado por
moldagem manual com matriz de gesso,
e produzido há uns cem anos na
Abrigada
–
Companhia Nacional de
48 - Peça do Mês: Fevereiro 2017
Data
c.1910 / 20
Dimensões
A.93,5cm X Diametro.49cm
Inventário
Museu:
IHMT.0000976
Mostruário do Museu da Fabrica de
Produtos Cerâmicos da Abrigada
(www.abrigada.com)