

80
Escarrador / Balde de
Pensos
Embora haja referência a cuspideiras e
escarradores, ou objectos equivalentes, desde
meados do séc. XVI, foi sobretudo no século XIX
que a utilização destes recipientes teve um grande
incremento, seja pelo hábito de mascar tabaco,
importado das Américas, seja depois, e sobretudo,
como consequência da tuberculose.
Após
a
identificação
do
Mycobacterium
Tuberculosis
, por Robert Koch, em
1882, tornou-se
evidente a necessidade de evitar e combater o contágio.
(Até ao aparecimento de antibioterapia eficaz para a
tuberculose ainda haveria que esperar meio século).
O hábito, então comum, de cuspir para o chão, foi
reprimido e nalguns casos até legalmente proibido e
com pesadas coimas para os transgressores. Ao
mesmo tempo obrigavam-se os locais públicos a
disporem de escarradores e, por vezes, estabeleceram-
se normas para as suas características e desinfeção:
deviam ser inquebráveis, com tampa, colocados de preferência a 1 metro
do chão …
A meio do século XX estes recipientes caíram em desuso, embora nalguns
países se mantivessem ainda nos anos de 1980.
O objeto deste mês evoca esse período da tuberculose. Embora seja hoje
conhecido e utilizado como balde para salas de tratamentos e pensos é
inequívoca a influência, nomeadamente na tampa interior em forma de
funil, para delimitar a exposição do conteúdo e também no pé, que o eleva
a cerca de um metro, para que seja mais cómodo e menor a contaminação
do ar e da área circundante.
*****
49 - Peça do Mês: Março 2017
Data
c.1960
Dimensões
A.(com suporte de pedal) 66cm
Recipiente A. 14cm /Diametro.25cm
Inventário
Museu:
IHMT.0000985