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Aparelho para Pneumotorax. Terapêutica da Tuberculose
A existência do bacilo da
tuberculose está referenciada
desde a remota pré-história.
Com o tempo, com a
sedentarização humana, a
domesticação dos animais e a
pastorícia, a transposição do
animal ao homem do agente
infecioso da tuberculose ficou
mais facilitada. As possibilidades
de contágio entre humanos acentuaram-se mais ainda com a Revolução
Industrial, no século XVIII, que ocasionou o crescimento dos centros
urbanos e o incremento de atividades gregárias, de trabalho e de convívio,
com maior proximidade entre as pessoas e de maior constância. A
incidência da tuberculose humana aumentou então
exponencialmente, atingindo valores assustadores
em meados do século XIX, perante uma total
ineficácia dos meios terapêuticos e de medidas de
prevenção muito frágeis.
Em 1822 James Carson propusera o
pneumotorax artificial como método de
tratamento da tuberculose pulmonar. Carlo
Forlanini, em 1882, retomando a ideia,
desenvolveu o primeiro equipamento para
provocar o pneumotórax e, em 1906,
Christian
Saugman
adapta-lhe
um
manómetro para controlar a pressão. O
objetivo era de provocar o colapso do
pulmão com a introdução de gás/ar na
pleura, utilizando uma agulha, o que
ajudava a fechar os espaços cavitários e
promovia a cicatrização. Embora muito
traumático, frequentemente incapacitante e falível, o pneumotórax artificial
revelou-se, contudo, uma forma de terapêutica com relativo êxito para a
46 - Peça do Mês: Dezembro 2016
Data
c.1940 / 50
Dimensões
Caixa fechada A.38cm X L.37cm X F.23cm
Inventário
Museu:
IHMT.0000818
Primitivo aparelho para
pneumotórax (1897)